segunda-feira, 15 de março de 2010

Barreiro Velho – Urgente Intervir

No dia 4 de Março de 2010, publiquei um escrito sobre o mau estado do edificado no Barreiro Velho, e na necessidade de intervenção urgente, estando a degradação em estado avançado, sob pena de se perder uma parte da História do nosso Barreiro.
Transcrição na integra da noticia no “Jornal do Barreiro”:
“Em pleno coração histórico do concelho, o cenário de profunda degradação em que se encontra o espaço público e o edificado oculta um número infindável de dramas humanos que continuam por determinar em toda a sua extensão e amplitude. Na rua Almirante Reis, mais concretamente nas imediações daquela que é habitualmente designada como Casa da Cerca, duas mulheres vivem dias de desespero perante o despacho de despejo emitido, no passado mês de Fevereiro, pela Câmara Municipal, em resultado do avançado estado de decadência que atingiu as casas em que residem há várias décadas.
De acordo com a vistoria realizada a este edifício pela autarquia, a descrição do seu estado de conservação é revelador dos enormes problemas que afectam muitos dos fogos existentes nesta zona do Barreiro, como revela a evidente “deterioração de pavimentos e vãos de janelas e abaulamento dos tectos” ou o facto de “a fachada principal apresentar um alto nível de degradação, o que pode originar a queda de elementos da mesma”. Esta situação é um resultado directo dos anos consecutivos em que os senhorios não realizaram qualquer tipo de obras de restauro ou de manutenção, dificultadas em grande parte pelo valor baixo das rendas que auferem e pelo elevado número de herdeiros que, neste momento, dificultam a tomada de decisões relativamente ao futuro deste prédio localizado no centro da cidade”.
 “O Barreiro Velho é a nossa maior vergonha
Aos 74 anos, Maria da Conceição Pinheiro vive há cerca de quatro décadas num exíguo andar, no qual é evidente o impacto devastador das inúmeras infiltrações existentes, assim como a degradação progressiva das paredes e tectos da sua habituação. Após ter trabalhado na CUF durante grande parte da sua vida, a reforma diminuta de que dispõe mensalmente não lhe permite procurar outro sítio para habitar e não admite sequer ter que abdicar da sua independência pessoal “para ir morar com um dos filhos, como foi aconselhado pelos serviços sociais da autarquia”. Perante a iminência do seu despejo e depois de diversos pedidos de ajuda que formulou, poucas foram as respostas que lhe foram fornecidas para os seus problemas, o que aumenta o desespero sentido por esta septuagenária. “O Barreiro Velho é a nossa maior vergonha, apesar de existir dinheiro para se construir o Fórum ou para se fazerem obras e mais obras na Avenida Alfredo da Silva”, comenta Maria da Conceição Pinheiro.
De igual modo, Alzira Andorinha reside há cerca de 35 anos neste prédio e não se conforma com o abandono a que considera ter sido votada por parte de todos os responsáveis que contactou, não tendo conseguido sequer ser recebida pela vereadora responsável. “Ela disse, por telefone, que só teria tempo para me receber no próximo mês de Abril”, afirma, apesar de ser público que “existe uma ordem para abandonar este prédio no prazo de dez dias”. Apesar do risco evidente em que se encontra, Alzira Andorinha não se mostra “disposta a abandonar esta casa”, sem que alguém lhe apresente “uma solução alternativa” para o seu problema, dado que afirma não ter qualquer tipo de condições financeiras para “ir morar para outro local”.

Autor do Blogue: Segundo o “Jornal do Barreiro”, às questões colocadas à Câmara do Barreiro sobre este caso, foi-lhes indicado que, “não sendo responsabilidade da autarquia”, certo é que o executivo “tem estado a acompanhar as situações identificadas, sendo que foram registadas na base de dados de pedidos de habitação social e remetidos à consideração do Serviço de Acção Social da Segurança Social”. Acrescentado foi ainda que, “de imediato” foi colocada à disposição dos inquilinos, nesta situação de emergência, “a estadia temporária na Casa Abrigo da Protecção Civil, apoio que foi declinado pelo facto de se recusarem a abandonar as habitações”.
Lamentavelmente, aconteceu aquilo que se pretendia evitar, o edificado à semelhança deste prédio, irá ruir se a Câmara teimar em não intervir, nem que seja de forma faseada, tendo em conta a falta de verbas actualmente.
Publiquei um escrito em 4 de Março, e eis que surge uma noticia a 15 de Março do corrente ano no “Jornal do Barreiro”, sobre um prédio que anuncia um perigo eminente de derrocada, é um momento de tristeza, porque o património está a perder-se e antevejo que outros prédios terão a mesma sorte.
BARREIRO SEMPRE

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